A convergência entre proptechs e fintechs transforma o setor imobiliário com soluções financeiras digitais e inclusivas.
A cadeia de construção civil responde por volumes financeiros significativos. Para efeito de análise, o setor representa 7% do PIB nacional e movimentou cerca de R$ 124 bilhões em financiamento imobiliário, só no ano passado.
Por muito tempo, não houveram mudanças drásticas na forma com que as diferentes partes envolvidas no ecossistema imobiliário interagiam financeiramente. Instituições financeiras tradicionais controlavam as formas de financiamento no setor, não havia maneiras de alugar um imóvel sem garantia locatícia, o acesso ao crédito imobiliário para compra de imóveis era restrito a clientes com score saudável e os condomínios contavam com processos analógicos para gerir suas finanças.
Por isso, a Terracotta Ventures acredita que a revolução financeira da indústria imobiliária será encabeçada, sobretudo, pelas Real Estate Fintechs, startups capazes de promover maior integração financeira ao longo da cadeia de real estate através de tecnologia e inovação.
Essas startups têm trazido maior inclusão de agentes antes excluídos desse ecossistema e maior flexibilidade para os que já estavam inseridos, mas não contavam com uma boa experiência. Em decorrência do caráter transversal da indústria imobiliária, as Real Estate Fintechs estão presentes em diferentes momentos da jornada desses agentes: desde o momento da construção até a utilização do imóvel.
Neste artigo, você descobrirá:
Imagine um mercado historicamente controlado por grandes bancos e práticas burocráticas
Agora, pense em startups ágeis, que estão simplificando cada transação, reduzindo o tempo e o custo para proprietários, corretores e empresas de construção.
Essa é a nova realidade trazida pelas Real Estate Fintechs. Elas não apenas desafiam o status quo, mas também estão transformando a maneira como a indústria opera, substituindo procedimentos complexos e morosos por soluções digitais inteligentes e acessíveis.
Essas startups exemplificam como proptechs podem se tornar fintechs ao integrar profundamente serviços financeiros em suas operações. Elas conectam tecnologias e criam novos produtos financeiros, permitindo que o mercado imobiliário se liberte das amarras das práticas tradicionais.
Esse movimento tem implicações diretas para todos os agentes do setor, desde os grandes incorporadores até os pequenos proprietários de imóveis, gerando um ambiente mais competitivo e inovador.
Mas o que torna essas startups realmente diferenciadas é sua capacidade de entender a dor dos envolvidos e oferecer soluções precisas. Veja, por exemplo, a startup Techome: ela não apenas ajuda compradores de terrenos a financiarem e construírem suas casas, mas também oferece um processo sem burocracias e com entregas rápidas, que vão direto ao ponto da necessidade do cliente. Techome adota uma abordagem personalizada que cuida de todo o processo, desde o projeto inicial até a execução, eliminando as tradicionais barreiras burocráticas que costumam complicar a jornada de quem deseja construir.
Outro exemplo são as plataformas de crowdfunding, que democratizaram o acesso ao investimento em projetos imobiliários e cresceram em relevância, possibilitando que pequenos investidores participem com valores a partir de R$ 1 mil. Essas plataformas não apenas democratizam o acesso ao investimento, mas também permitem que empreendedores do setor obtenham recursos de forma mais eficiente, criando uma dinâmica de mercado mais vibrante.
Para quem atua no mercado de lotes e condomínios, há startups como Hent e Condoconta, que desafiam o status quo ao criar modelos de financiamento mais flexíveis, simplificando a gestão financeira e abrindo novas possibilidades para loteadores e condomínios de diferentes tamanhos.
O resultado é um mercado mais inclusivo e eficiente, que beneficia não só os novos players, mas também os tradicionais, que se veem impelidos a melhorar e inovar para se manterem competitivos.
O movimento das proptechs em direção ao mundo fintech vai além da oferta de crédito e financiamento. A inclusão de novas tecnologias como blockchain e Open Banking está facilitando essa transição e promovendo uma transformação significativa.
Blockchain, por exemplo, está sendo utilizado para tornar o processo de compra e venda de imóveis mais seguro e transparente, reduzindo fraudes e agilizando a transferência de propriedade. A Netspaces, por exemplo, está tokenizando escrituras e permitindo que transações imobiliárias sejam feitas em minutos, além de permitir pagamentos via PIX. Imagine comprar um imóvel e finalizar toda a burocracia em questão de minutos, sem a necessidade de diversos intermediários e com total transparência — essa é a promessa da tecnologia de tokenização. Com essa tecnologia, as barreiras burocráticas estão se desfazendo, o que promete um mercado muito mais dinâmico, onde a liquidez dos ativos imobiliários pode aumentar significativamente.
O primeiro programa destinado a empreendedores e investidores imobiliários